Um filme sobre companheirismo, lições, promessas. O diretor nos apresenta uma amizade com os personagens brilhantemente interpretados por Ray Liotta, Robert De Niro e Joe Pesci. Esse último, inclusive, é o destaque dessa sublime película ao nos entregar um personagem cômico, explosivo e imprevisível, que contracena com o paranóico papel de Liotta na trama, sendo ele o fio condutor dessa encruzilhada de delação e fidelidade à "família" que traz êxtase em viver, mas que indiretamente causa nele um desvio regado a drogas pra usar e vender.

O diretor conduz com maestria a cotidiana história dos mafiosos acompanhado de uma charmosa trilha sonora, criando assim um cenário onde o protagonista valorizado por saber manter segredo se vê encarando a mais pura das verdades: nosso mundo é monótono demais pra ele. E assim, ele desbrava os riscos do mundo do crime que o acolheu até chegada a hora de encarar a justiça dos homens, assim deixando em xeque sua fidelidade aos seus bons companheiros.

Por fim, o diretor escreve em nossas mãos o rumo que o filme tomará, mas ainda sim usamos essas mesmas mãos para cobrir nossas bocas quando o destino bate na porta. Ao final, o personagem de Ray Liotta é antagonizado por suas própria ações, o personagem de Joe Pesci acolhe o paraíso prometido e o de Robert De Niro sutilmente percebe onde isso tudo vai dar. Afinal, nessa vida só há duas saídas: prisão ou necrotério.... Certo?